domingo, 4 de julho de 2010

Brasil Eliminado!


Comentar sobre uma eliminação brasileira é mto difícil. E mais ainda, tentando não apontar "vilões" e "culpados". Mesmo quando temos uma vontade imensa, dada a arrogância do técnico da Seleção.

Brasil e Holanda abriram as quartas-de-final da Copa. O jogo ocorreu às 16 horas, horário local, em Porto Elizabeth. Brasil de Azul e Branco, Holanda de Laranja e Preto.

O primeiro tempo foi ótimo para o Brasil. Todo mundo disposto a mostrar a que veio, e que não deixariam a Holanda jogar. Boas chances foram criadas, e saíram 2 gols. O primeiro de Robinho, com passe de Daniel Alves. Mas o camisa 13 da seleção estava impedido. Gol bem anulado. O segundo, um lançamento magistral de Felipe Mello deixou Robinho sozinho com o goleiro, e tocou para os fundos das redes da entrada da área.

Kaká parecia estar próximo do seu futebol vistoso a que estamos acostumados. Tanto que quase fez seu primeiro gol em 2010. Foi por muito pouco.

Intervalo veio, e com ele a impressão de que o Brasil massacraria a Holanda, afinal os laranjas não ameaçaram o gol de Júlio César no primeiro tempo (não efetivamente pelo menos). Mas no segundo tempo, o time brasileiro voltou irreconhecível. Vou me permitir citar o grande Juca Kfouri: "Parece que o Dunga chegou no vestiário após o primeiro tempo e disse: 'Vocês estão jogando demais. Tão jogando muito. Não foi o que combinamos, podem tratar de fazerem menos, de correrem menos!' ".

Essa frase, irônica é claro, reflete o segundo tempo. O Brasil voltou perdido em marcação, e chamando a Holanda para o seu campo. Foi em uma cobrança rápida de falta e, na desatenção brasileira, que saiu o primeiro gol. Sneijder cruza a bola na área, Júlio César sai e tromba em Felipe Mello, a bola bate na cabeça do número 5 brasileiro e entra no gol. Falha de quem? Difícil dizer. Provavelmente a saída de Júlio César, por ter outros brasileiros na área. Mas mesmo assim, não dá para atribuir a falha a só um, estando mais para o conjunto.

O segundo gol veio de um erro de marcação em um escanteio, após o desequilíbrio brasileiro diante do primeiro gol sofrido. Cade o time centrado, focado e com o objetivo de ganhar a Copa? Se a clausura foi dada com a premissa de que a imprensa e os torcedores atrapalhariam a concentração dos jogadores, percebe-se que foi nada mais que uma desculpa. Afinal, time focado e centrado, ao tomar um revés, sabe ser equilibrado e correr atrás do placar para alcançar o objetivo. Tudo que não aconteceu com a nossa Seleção.

Uma seleção é o reflexo do seu técnico. Nunca essa frase pode ser vista tanto na prática. Um Dunga nervoso, esmurrando tudo. E o que o time fazia em campo? Nem o time mesmo sabia. Estava todo lançado ao ataque, sem organização nenhuma e com muita irritabilidade. Esse fato culminou no personagem do jogo: Felipe Mello, que foi expulso. Todo mundo sabe que ele não é um jogador equilibrado. Como ele não tem a cabeça no lugar, o técnico deveria dar esse equilíbrio para o jogador. E alguém ve o Dunga dando algum equilibrio emocional para algum jogador? Não né. O jogador do passe brilhante e do lance confuso que originou o empate, pisou em Robben, sendo expulso na hora. Expulsão merecida, mesmo o jogador dizendo que não.

E foi diante dessa agonia que o Brasil caiu diante da Holanda. A Holanda mereceu sim a classificação, e para mim tem 2 jogadores entre os 5 melhores da Copa: Robben e Sneijder. Enquanto todos esperavam que Messi, Rooney, Cristiano Ronaldo, Ferando Torres e Kaká fizessem seus melhores mundiais, esses dois tem que ser observados. E vale lembrar que eles também tiveram um campeonato longo, pois chegaram a final da UEFA.

Para finalizar, apenas uma crítica: não tivemos um técnico nessa Copa do Mundo, não tivemos banco de reservas e muito menos tivemos Seleção. Não foi a bagunça e a falta de compromisso de 2006, isso merece um destaque. Mas, no fim das contas, caímos no mesmo lugar. Dunga teve uma trajetória vitoriosa? Sim, teve e isso é fato. Mas, todos sabemos que a maior competição para o Brasil é a Copa do Mundo. Copa América e das Confederações são só o percurso para o momento final.

Fica o pensamento: De que adianta isolar imprensa, fãs, admiradores e torcedores? Se o trabalho não for conduzido como se deve, se o talento for deixado "Na lista de espera", e o banco estiver cheios de "carregadores de piano", mas que não deem mobilidade para o time?

Enfim, erros que esperamos não rever em outro mundial. Erros, que esperamos que o chefão da CBF pare de olhar para o próprio umbigo e olhe para o que está acontecendo à "nossa" Seleção e faça as mudanças necessárias.

2 comentários:

Roseli Valério disse...

Comentar o que? Você disse tudo. Texto bem escrito, fácil de ler.
Ah, tenho que acrescentar que o Sneijder (é o nº 10 da Holanda, certo?) tem mesmo é que ganhar o título de JOGADOR MAIS BONITO DA COPA !!!

4 de julho de 2010 às 19:52
M. A. Kazmierczak disse...

Comentário em post "antigo" não vale, né? Mas só hoje acabei lendo o texto. Muito bem escrito, como já destacado pela Rose (harmonioso, equilibrado, e de bom senso), parabéns. Minha opinião não difere muito da sua, só um aspecto que até hoje não vi sendo considerado por ninguém, é que, pra mim, temos uma geração muito fraca. Poderíamos ter uma seleção melhor, claro, mas não muito. Nossa "santíssima trindade" é formada por um jogador que não consegue convencer na dificuldade do futebol europeu, um atacante de um time de médio porte da Espanha e um jogador realmente espetacular, mas que já no Milan fez uma sofrível temporada final, e no Real nem se fala. Enquanto Espanha,Holanda, Argentina e até a Inglaterra, tem nos seus pricipais jogadores, expoentes dos principais clubes do mundo. Resta torcer para que Neymar, Ganso, Hernanes, Denilson e, quem sabe, o famigerado Alexandre Pato, liderem uma nova geração, que faça realmente justiça à tradição do futebol brasileiro.
É claro, nada justifica Julio Baptista, Felipe Melo, Grafite... lamentar ausência de Elano é demais pra minha cabeça.

7 de julho de 2010 às 23:53

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